Coisas do <em>american way of life</em>
«A reeleição de Bush pode trazer enormes prejuízos à sociedade norte-americana e ao seu sistema institucional». A frase é do peruano Mário Vargas Llosa, neoliberal declarado, e só peca por ficar muito além da verdade e por limitar os «prejuízos» à sociedade estado-unidense. Bush é um perigo para esse país e, muito mais, para o mundo.
O Afeganistão sacrificado no altar do imperialismo norte-americano é um claro exemplo dos valores que guiam o regime de Bush. Depois de uma guerra que destruiu o pouco que ficava de pé, o imperialismo não só não devolveu a democracia ao povo afegão como «conseguiu» transformar o país num verdadeiro narco-Estado.
Segundo um relatório das Nações Unidas, o Afeganistão fornece actualmente 87% do ópio que se comercializa no mundo – não esqueçamos que os consumidores
norte-americanos são o maior mercado da droga – e calcula-se que o negócio movimenta mais de US$ 2800 milhões, o que equivale a perto de 80% do produto nacional bruto. A seguir-se por este caminho, António Maria Costa, director do gabinete da ONU contra a Droga e o Delito, alerta para o facto de que a economia local pode chegar a depender exclusivamente da produção de drogas. O mesmo especialista destaca que a produção deste ano vai aproximar-se das 4600 toneladas, as mesmas de 1999, um ano antes que o regime talibã proibisse o cultivo da papoila.
Actualmente, a produção dá-se nas 32 províncias do país e envolve 2.3 milhões de camponeses – perto de 10% do total da população – pela simples razão de que um camponês ganha dez vezes más com esta cultura do que cultivando trigo.
Iraque «made in USA»
A guerra contra o Iraque – Bush dixit – deu-se porque Saddam estava a fabricar armas de destruição maciça (ADM) e pelo seu envolvimento no acto terrorista contra as torres do World Trade Center, situação ainda hoje não de todo esclarecida. Nesta patranha só acreditou quem quis e bem cedo ficou demonstrado que Saddam não só nada teve a ver com essa acção execrável como também que o Iraque não tinha – nem estava em condições de produzir – as famigeradas ADM, que, de acordo com a prepotência o regime de Washington, deveriam ser uma exclusividade sua para melhor se poderem apropriar do mundo. Depois de conhecidos os resultados de inquéritos de grupos de investigação próprios e alheios, está claro que, sob o manto sujo da mentira, fica a nudez brutal da verdade. A guerra foi pelo petróleo, como o serão outras que já estão na forja.
Entretanto, o Iraque, que já era um país com as infra-estruturas destruídas pela guerra de papá Bush e com um povo à beira da miséria resultante das limitações económicas provocadas por essa mesma agressão, longe de abrir-se a um futuro melhor, está ameaçado de regressar à idade da pedra, ele que foi berço de uma das civilizações mais brilhantes da antiguidade. Para já, o pouco que ainda restava foi arrasado nesta nova agressão imperialista e já vão em mais de 100 mil os mortos. Este número, avançado por investigadores da Escola de Saúde Pública John Hopkins Bloomberg, Baltimore, e publicado na revista Lancet, é um dado de uma precisão limitada e não um número exacto. O que sim está fora de dúvidas é que a maioria das vítimas dos bombardeamentos são mulheres e crianças, isto é civis ou danos colaterais, como vem sendo cinicamente correcto dizer. De acordo com os pesquisadores, neste momento o risco de morte entre a população civil é 58 vezes mais elevado que antes do início desta nova guerra imperialista.
Liberdade de consumo «made in USA»
Os EUA são o paraíso da economia de mercado, dizem os que assumem, ingenuamente ou não, que a economia de mercado tem algo a ver com o paraíso.
Mas será realmente assim? Talvez não. A tal «liberdade de consumo» pode significar uma multa de US$ 250 mil dólares a qualquer cidadão que fume um charuto cubano… mesmo que o faça fora dos Estados Unidos. E mais, pode custar-lhe até 10 anos de prisão. Alguns dirão que é assim porque o tabaco tem efeitos nocivos… A verdade é que esta medida tão draconiana – bushiana seria mais correcto – faz parte do embargo genocida contra um povo que teima em dizer não ao imperialismo mais feroz jamais conhecido pela humanidade. Até há pouco, os norte-americanos podiam regressar de Cuba com um máximo de US$ 100 em produtos da ilha. Bush acabou com essa «generosidade». Segundo a nova lei, é delito não só levar produtos cubanos para os EUA, como também o é o simples facto de os comprar para utilizar onde quer que seja. Se o «criminoso» é um simples cidadão, a multa é a referida, mas se se trata de uma empresa salta para um milhão de dólares.
O Afeganistão sacrificado no altar do imperialismo norte-americano é um claro exemplo dos valores que guiam o regime de Bush. Depois de uma guerra que destruiu o pouco que ficava de pé, o imperialismo não só não devolveu a democracia ao povo afegão como «conseguiu» transformar o país num verdadeiro narco-Estado.
Segundo um relatório das Nações Unidas, o Afeganistão fornece actualmente 87% do ópio que se comercializa no mundo – não esqueçamos que os consumidores
norte-americanos são o maior mercado da droga – e calcula-se que o negócio movimenta mais de US$ 2800 milhões, o que equivale a perto de 80% do produto nacional bruto. A seguir-se por este caminho, António Maria Costa, director do gabinete da ONU contra a Droga e o Delito, alerta para o facto de que a economia local pode chegar a depender exclusivamente da produção de drogas. O mesmo especialista destaca que a produção deste ano vai aproximar-se das 4600 toneladas, as mesmas de 1999, um ano antes que o regime talibã proibisse o cultivo da papoila.
Actualmente, a produção dá-se nas 32 províncias do país e envolve 2.3 milhões de camponeses – perto de 10% do total da população – pela simples razão de que um camponês ganha dez vezes más com esta cultura do que cultivando trigo.
Iraque «made in USA»
A guerra contra o Iraque – Bush dixit – deu-se porque Saddam estava a fabricar armas de destruição maciça (ADM) e pelo seu envolvimento no acto terrorista contra as torres do World Trade Center, situação ainda hoje não de todo esclarecida. Nesta patranha só acreditou quem quis e bem cedo ficou demonstrado que Saddam não só nada teve a ver com essa acção execrável como também que o Iraque não tinha – nem estava em condições de produzir – as famigeradas ADM, que, de acordo com a prepotência o regime de Washington, deveriam ser uma exclusividade sua para melhor se poderem apropriar do mundo. Depois de conhecidos os resultados de inquéritos de grupos de investigação próprios e alheios, está claro que, sob o manto sujo da mentira, fica a nudez brutal da verdade. A guerra foi pelo petróleo, como o serão outras que já estão na forja.
Entretanto, o Iraque, que já era um país com as infra-estruturas destruídas pela guerra de papá Bush e com um povo à beira da miséria resultante das limitações económicas provocadas por essa mesma agressão, longe de abrir-se a um futuro melhor, está ameaçado de regressar à idade da pedra, ele que foi berço de uma das civilizações mais brilhantes da antiguidade. Para já, o pouco que ainda restava foi arrasado nesta nova agressão imperialista e já vão em mais de 100 mil os mortos. Este número, avançado por investigadores da Escola de Saúde Pública John Hopkins Bloomberg, Baltimore, e publicado na revista Lancet, é um dado de uma precisão limitada e não um número exacto. O que sim está fora de dúvidas é que a maioria das vítimas dos bombardeamentos são mulheres e crianças, isto é civis ou danos colaterais, como vem sendo cinicamente correcto dizer. De acordo com os pesquisadores, neste momento o risco de morte entre a população civil é 58 vezes mais elevado que antes do início desta nova guerra imperialista.
Liberdade de consumo «made in USA»
Os EUA são o paraíso da economia de mercado, dizem os que assumem, ingenuamente ou não, que a economia de mercado tem algo a ver com o paraíso.
Mas será realmente assim? Talvez não. A tal «liberdade de consumo» pode significar uma multa de US$ 250 mil dólares a qualquer cidadão que fume um charuto cubano… mesmo que o faça fora dos Estados Unidos. E mais, pode custar-lhe até 10 anos de prisão. Alguns dirão que é assim porque o tabaco tem efeitos nocivos… A verdade é que esta medida tão draconiana – bushiana seria mais correcto – faz parte do embargo genocida contra um povo que teima em dizer não ao imperialismo mais feroz jamais conhecido pela humanidade. Até há pouco, os norte-americanos podiam regressar de Cuba com um máximo de US$ 100 em produtos da ilha. Bush acabou com essa «generosidade». Segundo a nova lei, é delito não só levar produtos cubanos para os EUA, como também o é o simples facto de os comprar para utilizar onde quer que seja. Se o «criminoso» é um simples cidadão, a multa é a referida, mas se se trata de uma empresa salta para um milhão de dólares.